Que o Lean é algo importante para qualquer tipo de atividade e processo ninguém duvida disso, porém, vendo um curso do desenvolvedor.io me deparei com um conteúdo muito bom que resolvi transcrever em texto aqui.
Primeira dica é, faça os cursos do desenvolvedor.io recomendo muito.
Eu vou misturar um pouco os meus comentários com os comentários do instrutor, também não vou passar pelos principais princípios do Lean, eu gostaria de focar neste artigo nos desperdícios.
Não que os princípios não sejam importantes, eles são, mas, eu vejo que se você pelo menos não faz os erros do desperdício, já é um ótimo caminho.
Vamos então para os sete desperdícios do Lean no desenvolvimento
Em resumo vou abordar de forma mais detalhada os 7 tópicos abaixo:
- Trabalho parcialmente concluído;
- Funcionalidades adicionais;
- Revisitar decisões;
- Passagens de Serviço (“Handoffs”);
- Atrasos;
- Troca de atividades (“Task Switching”);
- Defeitos.
Vamos ao primeiro tópico:
1 – Trabalho parcialmente concluído: Refere-se a tarefas que estão em andamento, mas não foram concluídas. Isso faz com que haja uma acumulação de trabalho inacabado, gerando atrasos e desperdício de tempo e recursos:
O desperdício de trabalho parcialmente concluído no desenvolvimento ocorre quando as equipes começam a trabalhar em uma tarefa, mas não conseguem concluí-la dentro de um prazo razoável, deixando-a inacabada. Essa situação gera diversos problemas que impactam a eficiência e a qualidade do processo de desenvolvimento.
Primeiramente, o trabalho parcialmente concluído resulta em acúmulo de trabalho inacabado. Isso significa que há várias tarefas em andamento, ocupando recursos e tempo, mas sem serem finalizadas. Essa acumulação de trabalho cria uma sobrecarga para a equipe, tornando mais difícil priorizar e concluir as tarefas de forma eficiente. Além disso, o trabalho inacabado ocupa espaço mental, causando distrações e aumentando a complexidade do processo.
A consequência direta desse desperdício é o aumento dos atrasos no desenvolvimento. Como as tarefas não são concluídas em tempo hábil, os prazos são extrapolados, comprometendo o cronograma do projeto. Isso pode causar uma série de problemas, como atrasos na entrega do produto final, insatisfação do cliente e perda de oportunidades de negócio.
O desperdício de trabalho parcialmente concluído também resulta em um uso ineficiente dos recursos. As equipes gastam tempo e esforço em tarefas que não são finalizadas, desperdiçando assim recursos valiosos como horas de trabalho, equipamentos e ferramentas.
Para evitar esse desperdício, é necessário adotar práticas que promovam a conclusão rápida e eficiente das tarefas. Uma abordagem é aplicar os princípios do lean, como o Kanban, que visa limitar a quantidade de trabalho em progresso e manter um fluxo constante de tarefas concluídas. Além disso, é fundamental ter uma gestão eficaz do tempo, estabelecendo prioridades claras e garantindo que as tarefas sejam concluídas antes de assumir novas.
Ao reduzir o desperdício de trabalho parcialmente concluído, as equipes de desenvolvimento podem melhorar a produtividade, reduzir a sobrecarga mental e entregar resultados em tempo hábil, maximizando assim os recursos disponíveis e proporcionando maior satisfação ao cliente.
2 – Funcionalidades adicionais: Trata-se de incluir funcionalidades extras que não são necessárias para atender às necessidades do cliente. Isso aumenta a complexidade do projeto, demanda mais tempo de desenvolvimento e pode resultar em um produto final menos eficiente.
O desperdício de funcionalidades adicionais no desenvolvimento ocorre quando são incluídas no projeto funcionalidades extras que não são realmente necessárias para atender às necessidades do cliente. Isso pode ocorrer devido a uma má compreensão dos requisitos, falta de alinhamento entre as equipes de desenvolvimento e o cliente, ou até mesmo pelo desejo de adicionar mais recursos por parte da equipe de desenvolvimento.
Essas funcionalidades extras aumentam a complexidade do projeto, pois exigem mais esforços de desenvolvimento, testes e manutenção. Cada funcionalidade adicionada introduz mais código, mais interações entre os diferentes componentes do sistema e mais pontos de falha potenciais. Isso pode dificultar a compreensão do sistema como um todo e aumentar a probabilidade de erros e bugs.
Além disso, a inclusão de funcionalidades adicionais demanda mais tempo de desenvolvimento. Cada funcionalidade requer análise, design, implementação, teste e documentação. Esse tempo extra utilizado para desenvolver funcionalidades desnecessárias poderia ser direcionado para aprimorar as funcionalidades essenciais, garantir uma melhor qualidade ou até mesmo acelerar o lançamento do produto no mercado.
Esse desperdício também pode resultar em um produto final menos eficiente. Ao adicionar funcionalidades extras, o foco do produto muitas vezes se perde, podendo comprometer a usabilidade e a experiência do usuário. Além disso, o aumento da complexidade pode afetar negativamente o desempenho do sistema, resultando em um produto final mais lento ou com falhas.
Para evitar esse desperdício, é importante adotar uma abordagem centrada nas necessidades do cliente e no valor que a funcionalidade adiciona ao produto. É necessário realizar uma análise cuidadosa dos requisitos e priorizar as funcionalidades que realmente atendam às necessidades do cliente. Ter uma comunicação clara e constante com o cliente ao longo do desenvolvimento também é essencial para evitar a inclusão de funcionalidades extras desnecessárias.
Ao evitar o desperdício de funcionalidades adicionais, as equipes de desenvolvimento podem focar seus esforços no que realmente importa, melhorando a eficiência do projeto, reduzindo a complexidade e entregando um produto final que atenda às necessidades do cliente de forma mais eficiente.
3 – Revisitar decisões: Quando decisões tomadas anteriormente são constantemente revisadas, isso gera retrabalho e atrasos. É importante ter um processo de tomada de decisão claro e confiável para evitar esse desperdício.
O desperdício de revisitar decisões no desenvolvimento ocorre quando as decisões tomadas anteriormente são constantemente reconsideradas e alteradas. Isso pode ocorrer devido a mudanças de perspectiva, falta de confiança nas decisões tomadas ou falta de clareza nos requisitos do projeto.
Quando as decisões são revisitadas, isso gera retrabalho e atrasos no desenvolvimento. A equipe precisa gastar tempo e esforço para reavaliar as decisões anteriormente tomadas, além de ter que fazer alterações no código, documentação e em outras partes do projeto que são afetadas por essas revisões. Isso pode resultar em uma perda de tempo e recursos valiosos que poderiam ter sido direcionados para outras atividades mais produtivas.
Além disso, a constante revisão de decisões também pode gerar incertezas e falta de confiança nas escolhas feitas. Isso pode afetar negativamente a moral da equipe, comprometer a agilidade do desenvolvimento e resultar na perda de oportunidades de negócio. Quando as decisões são tomadas e revisadas repetidamente, a velocidade de entrega do projeto é afetada, e pode ocorrer uma desconexão entre a equipe de desenvolvimento e o cliente.
Para evitar esse desperdício, é fundamental estabelecer um processo de tomada de decisão claro e confiável desde o início do projeto. Isso pode incluir a implementação de práticas ágeis, como revisões periódicas de requisitos ou decisões tomadas em equipe. É importante ter um entendimento claro dos requisitos do projeto e envolver todas as partes interessadas para tomar decisões informadas e bem fundamentadas.
Além disso, é importante documentar as decisões tomadas e manter um registro claro e acessível para referência futura. Isso ajuda a evitar a repetição de discussões e permite uma melhor compreensão e rastreabilidade das decisões tomadas ao longo do desenvolvimento.
Ao reduzir o desperdício de revisitar decisões, as equipes de desenvolvimento podem agilizar o processo, evitar retrabalho desnecessário e ter mais foco na entrega do projeto. Isso resulta em uma maior eficiência, redução de atrasos e maior satisfação do cliente.
4 – Passagens de Serviço (“Handoffs”): Refere-se à transferência de tarefas ou informações entre diferentes equipes ou indivíduos. Cada transferência aumenta o risco de perda de informações, erros de comunicação e atrasos. Buscar minimizar essas passagens de serviço é fundamental.
O desperdício de passagens de serviço (“handoffs”) no desenvolvimento ocorre quando ocorre a transferência de tarefas ou informações entre diferentes equipes ou indivíduos. Essas transferências podem ocorrer devido à especialização de habilidades, divisão de trabalho ou simplesmente por causa da estrutura organizacional.
Cada vez que uma passagem de serviço acontece, há um risco associado de perda de informações, erros de comunicação e atrasos. Isso ocorre principalmente devido à necessidade de transmitir conhecimento, contexto e detalhes relevantes entre as partes envolvidas. Essa transferência de informações também pode gerar mal-entendidos, falta de clareza ou até mesmo a omissão de informações importantes.
Esses desperdícios de passagens de serviço podem ter impactos negativos no desenvolvimento, incluindo atrasos no cronograma, retrabalho e baixa qualidade do produto final. Quanto mais vezes a informação é transferida, maior é a probabilidade de ocorrerem erros e perdas de informações essenciais. Além disso, a continuidade do trabalho muitas vezes é afetada à medida que cada equipe ou indivíduo precisa se familiarizar com o trabalho anterior e se adaptar às novas tarefas ou contextos.
Minimizar as passagens de serviço é fundamental para evitar esses desperdícios. Isso pode ser feito por meio de práticas como a formação de equipes multidisciplinares, onde diferentes habilidades e conhecimentos são integrados em uma equipe coesa e responsável pelo projeto como um todo. Além disso, é importante estabelecer uma comunicação clara e eficiente entre os membros da equipe, garantindo que as informações sejam compartilhadas adequadamente e que todos compreendam os detalhes necessários para realizar suas tarefas.
Outra estratégia importante é promover a colaboração e a troca contínua de conhecimentos entre as equipes. Isso pode ser feito por meio de reuniões regulares, sessões de revisão de trabalho e compartilhamento de informações em tempo real, utilizando ferramentas como quadros Kanban ou sistemas de gerenciamento de projetos colaborativos.
Ao buscar minimizar as passagens de serviço, as equipes de desenvolvimento podem reduzir o risco de perda de informações, melhorar a comunicação e diminuir os atrasos. Isso resulta em um desenvolvimento mais eficiente, menor tempo de ciclo e um produto final de melhor qualidade.
5 – Atrasos: Qualquer atraso durante o desenvolvimento do projeto é considerado um desperdício. Isso inclui esperar por informações, recursos ou aprovações que não estão disponíveis no momento necessário. É importante identificar e eliminar os gargalos que causam atrasos.
O desperdício de atrasos no desenvolvimento ocorre quando qualquer tipo de atraso ocorre durante o ciclo do projeto. Isso pode acontecer quando há a necessidade de esperar por informações, recursos ou aprovações que não estão disponíveis no momento necessário.
Quando ocorrem atrasos, o fluxo de trabalho é interrompido, resultando em uma menor eficiência e produtividade. Esses atrasos podem causar um efeito cascata, afetando o cronograma do projeto como um todo e comprometendo a entrega do produto final dentro dos prazos estabelecidos.
Esses desperdícios de atrasos também podem levar a outros problemas, como o acúmulo de trabalho inacabado, a frustração da equipe e a insatisfação do cliente. Além disso, os atrasos podem gerar custos adicionais, pois podem ser necessários recursos extras para corrigir os problemas decorrentes dessas interrupções.
Para evitar o desperdício de atrasos, é essencial identificar e eliminar os gargalos que estão causando os atrasos. Isso pode envolver a revisão e o aprimoramento dos processos de comunicação, garantindo que as informações estejam disponíveis no momento correto e de forma clara para a equipe. Além disso, é importante ter uma gestão eficiente do tempo, estabelecendo prazos realistas e acompanhando de perto o progresso do projeto.
O uso de práticas ágeis, como o Kanban ou o Scrum, pode ajudar a mitigar o desperdício de atrasos, pois essas metodologias promovem uma visão clara do trabalho em andamento, facilitam a colaboração e permitem a identificação rápida de possíveis atrasos. Além disso, é importante manter uma comunicação aberta e transparente com todas as partes interessadas, a fim de antecipar eventuais atrasos e encontrar soluções antes que se tornem um problema maior.
Ao eliminar o desperdício de atrasos, as equipes de desenvolvimento podem melhorar a eficiência do projeto, reduzir custos adicionais e garantir uma entrega dentro dos prazos estabelecidos. Isso resulta em uma maior satisfação do cliente, uma equipe mais produtiva e um produto final de maior qualidade.
6 – Troca de atividades (“Task Switching”): Refere-se à alternância frequente entre diferentes tarefas, interrompendo a concentração e o foco dos desenvolvedores. Essas interrupções podem diminuir a produtividade e a qualidade do trabalho.
O desperdício de troca de atividades (“task switching”) no desenvolvimento ocorre quando há uma alternância frequente entre diferentes tarefas, interrompendo a concentração e o foco dos desenvolvedores. Essas interrupções podem reduzir a produtividade e afetar negativamente a qualidade do trabalho realizado.
Quando os desenvolvedores são constantemente interrompidos para trocar de tarefas, há uma perda de tempo significativa para se ajustar às novas demandas, relembrar o contexto da tarefa anterior e retomar o estado de concentração necessário para realizar o trabalho de forma eficiente. Isso resulta em uma quebra da fluidez do trabalho e em uma diminuição da produtividade global.
Além disso, a troca frequente de atividades pode levar a erros e a uma redução da qualidade do trabalho realizado. Quando os desenvolvedores estão constantemente mudando de contexto, existe um maior risco de esquecer detalhes importantes, realizar tarefas incompletas ou cometer erros por falta de atenção.
Para minimizar o desperdício de troca de atividades, é importante adotar práticas e estratégias que promovam uma maior concentração e foco no trabalho. Isso pode incluir o estabelecimento de períodos de tempo dedicados exclusivamente a uma tarefa específica, a implementação de períodos de trabalho ininterrupto e a criação de um ambiente propício à concentração, livre de distrações.
Além disso, a comunicação e a colaboração efetivas também desempenham um papel importante na redução da troca de atividades. É importante estabelecer canais claros de comunicação e limitar interrupções desnecessárias, como reuniões não urgentes ou solicitações de última hora. As equipes também podem adotar práticas ágeis, como o uso de quadros Kanban, para visualizar o fluxo de trabalho e priorizar as tarefas de forma mais eficiente.
Ao minimizar o desperdício de troca de atividades, as equipes de desenvolvimento podem aumentar a produtividade, melhorar a qualidade do trabalho e reduzir o estresse relacionado a interrupções constantes. Isso resulta em uma maior eficiência no desenvolvimento do projeto e na entrega de um produto final de maior qualidade.
7 – Defeitos: Erros ou problemas em um produto ou aplicação causam retrabalho, atrasos e desperdício de recursos. É importante investir em testes de qualidade para identificar e corrigir defeitos precocemente, evitando problemas futuros.
O desperdício de defeitos no desenvolvimento ocorre quando erros ou problemas são encontrados em um produto ou aplicação. Esses defeitos podem resultar em retrabalho, atrasos no projeto e desperdício de recursos, como tempo, esforço e dinheiro.
Quando um defeito é identificado, é necessário dedicar tempo e recursos para diagnosticar e corrigir o problema. Isso pode envolver a depuração do código, refatoração do projeto, retestes e revalidação das funcionalidades afetadas. Todo esse retrabalho adiciona tempo ao ciclo de desenvolvimento e pode comprometer o cronograma do projeto.
Além disso, os defeitos também podem impactar a qualidade do produto final. Quando um software contém vários defeitos, pode ser instável, inseguro ou não atender às expectativas dos usuários. Isso pode resultar em uma experiência negativa do cliente e na perda de oportunidades de negócio.
Investir em testes de qualidade é fundamental para identificar e corrigir defeitos precocemente. Isso inclui a implementação de práticas e técnicas de testes, como testes unitários, testes de integração, testes de aceitação e testes de performance. Esses testes ajudam a detectar problemas antes que eles sejam liberados para produção, permitindo que a equipe de desenvolvimento faça as correções necessárias antes que os defeitos afetem os usuários finais.
Além disso, é importante promover a cultura de qualidade e prevenção de defeitos em toda a equipe. Isso pode ser feito através do estabelecimento de revisões de código, pair programming, análise estática de código e outras práticas de validação contínua do trabalho.
Ao investir na identificação e correção precoce de defeitos, as equipes de desenvolvimento podem reduzir o retrabalho, evitar atrasos e economizar recursos. Além disso, a entrega de um produto de maior qualidade aumenta a satisfação do cliente e contribui para o sucesso do projeto.
Concluindo:
O desperdício de defeitos no desenvolvimento ocorre quando erros ou problemas são encontrados em um produto ou aplicação. Isso causa retrabalho, atrasos e desperdício de recursos. Investir em testes de qualidade é fundamental para identificar e corrigir defeitos precocemente, evitando problemas futuros. Isso ajuda a reduzir retrabalho, garantir a qualidade do produto e satisfazer os clientes.
